Encerrando neste domingo (29) o evento de três dias em Apiaí (SP) que decidiu a temporada 2020, o Campeonato Brasileiro de Motocross consagrou novos campeões nas principais categorias: Paulo Alberto na MX1 e Elite MX, e Lucas Dunka na MX2. As corridas da sexta e última etapa na pista da Fepasa foram movimentadas exigindo bastante dos pilotos, tanto que nem mesmo os campeões passaram o fim de semana sem erros. Canaletas traiçoeiras e o ritmo intenso da competição prenderam a respiração do público e das equipes até a bandeirada em cada uma das baterias.
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A primeira corrida da MX1 definiu que o título ficaria com a equipe Yamaha Monster Energy Geração. O português Paulo Alberto terminou em segundo e seguiu para a corrida final - da Elite MX - em vantagem tendo o espanhol Carlos Campano, seu companheiro de equipe e vencedor da bateria de abertura, como único que ainda podia superá-lo na pontuação.
A corrida final foi vencida pelo venezuelano Anthony Rodriguez, nova aposta da equipe Honda Racing que chegou forte em sua primeira temporada no Brasil após vários anos competindo nos Estados Unidos. A concorrência liderando a bateria da Elite MX não mudou o cenário, pois Campano e Alberto vinham nas posições seguintes e o espanhol esperou na última curva para cruzar a bandeirada ao lado do campeão, celebrando o título. O movimento da dupla acabou alterando as posições, mesmo sendo indiferente para a conquista do título, assim Paulo Alberto fechou em segundo a última bateria conquistando a vitória na etapa e o campeonato nas classes MX1 e Elite MX.
Paulo Alberto celebrou os títulos inéditos. "A felicidade é enorme, não tenho nem palavras para descrever o que estou sentindo neste momento. Só tenho a agradecer o trabalho de toda equipe, que esteve sempre muito dedicada para que chegássemos a este resultado, a estes títulos. Agradeço muito também à minha família e toda torcida, e todos que de alguma forma me ajudaram neste ano. Este título era um sonho antigo, e tantas vezes chegamos perto. Agora deu. É campeão! Somos todos campeões".
Pentacampeão, Carlos Campano teve que se contentar com o vice-campeonato da MX1. "Eu queria muito o sexto título, e na verdade é que estou um pouco triste por ele não ter vindo, mas não posso ficar chateado porque o título ficou em casa, o Paulo Alberto andou muito bem. Eu dei um pouco de azar, ontem (sábado, durante a quinta etapa) estava liderando a prova e acabei tendo um problema mecânico e perdi muitos pontos nessa bateria, ficando um pouco fora da briga. Mas lutei até o fim e conquistei o vice-campeonato na MX1, bem perto do Paulo. Agora vamos comemorar com a equipe e trabalhar ainda mais pro ano que vem, pra trazer mais títulos pra Yamaha."
Com a vitória na Elite, Anthony Rodriguez completou a primeira temporada no país como vice-campeão da classe. "Corri com meu coração. O nível do campeonato aqui no Brasil é muito alto, a pista estava bem difícil e eu tive que dar tudo que eu pude no final, já que todos os pilotos estavam em um ritmo forte. Foi muito legal finalizar com vitória, foi um ano difícil, mas saio bem feliz", destacou.
Há anos a presença dos estrangeiros puxa bastante o nível do campeonato e, apesar do domínio seguir com eles, o cenário começa a mudar com a nova geração de pilotos brasileiros mostrando tanta velocidade quanto os gringos. Gustavo Pessoa (Pro Tork KTM) teve momentos brilhantes durante muitas provas e terminou os dois campeonatos na quarta posição, assim como Fabio Santos, que concluiu ambos na sexta colocação - atrás do venezuelano Humberto Machito Martin (FK Racing Honda Circuit). Em sua primeira temporada nas 450, o paulista registrou os melhores tempos nos treinos da final e subiu ao pódio da penúltima etapa na segunda posição da MX1. São dois pilotos jovens, com muita carreira pela frente, títulos na base e que certamente seguirão evoluindo para brigar pelas vitórias em breve.
Por outro lado, bem mais experiente, Jean Ramos também tem potencial para ir além das últimas temporadas, mas tem sofrido com lesões - que inclusive o deixaram de fora das últimas provas - e no momento não parece estar no radar das equipes de fábrica, o que sem dúvida dificulta o seu trabalho. Hector Assunção vive uma fase parecida, com a vantagem de estar dentro de um grande time (Honda Racing) e já ter corrido na decisão, mesmo que ainda longe da melhor forma.
Na briga pelo título da MX2, Lucas Dunka (Honda Racing) entrou na etapa final em uma situação um pouco mais confortável, com 17 pontos de vantagem sobre o principal rival Pepê Bueno (Yamaha Monster Energy Geração). Precisando da vitória, Pepê fez sua parte na primeira bateria seguido por Fred Spagnol (Pro Tork KTM) e Dunka, diminuindo a diferença para 12 pontos.
Na bateria da Elite MX, Dunka partiu para uma prova conservadora e, após o abandono de Pepê por problemas mecânicos, pôde andar com ainda mais tranquilidade na segunda metade da corrida. A vitória ficou com Fred Spagnol que faturou o primeiro lugar também na etapa, considerando a soma das baterias. Atrás de Leo Souza e Leo Cassarotti, Dunka confirmou o título de campeão com a quarta posição da bateria e o terceiro lugar na etapa. Leo Souza foi ao pódio na segunda posição.
"Foi um final de semana perfeito para mim, estive muito focado para as últimas baterias e conquistei o título com uma boa vantagem na tabela. A vitória na penúltima etapa foi decisiva e pude administrar o resultado na final, já que o objetivo maior era conquistar o campeonato. Esse título é dedicado ao nosso eterno campeão Tunico Maciel, essa taça vai para ele", disse o catarinense, referindo-se ao piloto de rally falecido durante o Sertões 2020.
As corridas de domingo também consagraram campeões Gabriel Andrigo na MX2JR, Mariana Balbi na MXF, Zion Berchtold na 50cc, Garmichael Giehl na MXJR, Bernardo Tibúrcio na 65cc e Caio Lopes na Nacional Pró.
Vídeos:
Classificação final do Campeonato Brasileiro de Motocross 2020:
Categoria MX1
Categoria MX2
Categoria Elite MX
Categoria 65cc
Categoria MXJR
Categoria 50cc
Categoria MXF
Categoria MX2JR